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sexta-feira, 5 de junho de 2015

BENEFÍCIOS E RISCOS DA SIBUTRAMINA



Para uns, a sibutramina é a arma mais eficaz que existe na guerra contra a obesidade. Para outros, os riscos desse inibidor de apetite ainda são maiores que os benefícios. A VivaSaúde ajuda você a descobrir quem tem razão.

Se você é daqueles que vivem em briga com a balança, tentou tudo o que é tipo de dieta para emagrecer e sonha em fechar o zíper da sua calça favorita, já deve ter ouvido falar em sibutramina. Para quem não associou o princípio ativo ao medicamento, sibutramina é o inibidor de apetite mais receitado (e vendido!) no Brasil. Segundo relatório da IMS Health, instituto que faz auditoria na indústria farmacêutica, só em 2009, foram vendidas 6,9 milhões de unidades no Brasil. Ou seja, o consumo da substância cresceu mais de dez vezes desde 2005.
Os médicos que prescrevem sibutramina para os seus pacientes garantem que ela é a principal arma que existe no arsenal terapêutico contra a obesidade. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até pouquíssimo tempo atrás, pensava diferente. Segundo alguns de seus membros, os riscos da sibutramina superavam, e muito, os seus benefícios. No dia 4 de outubro de 2011, por três votos a um, a diretoria da Anvisa decidiu manter o remédio no mercado, mas sob um controle ainda maior de venda e de uso. No meio desse impasse, a VivaSaúde resolveu ouvir alguns dos maiores especialistas no assunto e perguntou: “Afinal de contas, a sibutramina é inocente ou culpada?”.
A endocrinologista Cintia Cercato, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), é uma das primeiras a sair em defesa da substância. “O principal benefício da sibutramina é induzir maior perda de peso aos pacientes obesos. Além disso, esse medicamento auxilia na manutenção da perda de peso por longo prazo. Como se não bastasse, ainda traz uma série de benefícios, como redução da glicemia e melhora do perfil lipídico do paciente”, enumera Cintia.
 O presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Durval Ribas Filho faz um alerta para quem pensa que a sibutramina não passa de uma “pílula mágica”. “Os pacientes devem saber que a obesidade é uma doença multifatorial e que, a partir do momento em que uma pessoa se torna obesa,
o tratamento será para sempre. Devem saber também que todas as doenças crônicas, como a obesidade, requerem tratamento crônico. Se você interromper o tratamento, a doença tende a voltar”, adverte.
Mas, e os riscos a que se referem os que recomendam cautela? Quais seriam eles? Com a palavra a endocrinologista Rosana Radominski, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). “A maioria dos efeitos colaterais, como cefaleia, nervosismo e distúrbios do sono, são bem tolerados. Geralmente, esses sintomas são leves e atenuados com a continuidade do tratamento. A sibutramina não causa dependência química, mas pode elevar a frequência cardíaca e aumentar a pressão arterial”, alerta Rosana.
Estudo da discórdia
Um estudo com 10 mil pacientes — o Sibutramine Cardiovascular Outcomes (SCOUT)— mostrou que, após seis anos, a sibutramina aumentava em 16% as chances de enfarte e AVC em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares. Logo, a European Medicine Agency (EMA) proibiu a venda da droga nos países da União Europeia. Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) exigiu que a bula fosse alterada para tornar explícito o alerta de que hipertensos e cardiopatas não deviam tomar a sibutramina.
A Anvisa aumentou o controle sobre a prescrição do remédio. Agora, o medicamento só pode ser vendido com receituário azul, com numeração controlada. Ele é contra indicado em pacientes com transtornos alimentares, distúrbios psiquiátricos, doenças cardiovasculares, entre outros. A endocrinologista Cintia Cercato participou do estudo SCOUT como investigadora no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (FMUSP). Segundo ela, não é possível extrapolar os resultados dos obesos. “A população do estudo era formada por doentes idosos. Muitos sofreram enfarte ou derrame ou fizeram cirurgias”, diz. Ela acredita que a medicação é segura para obesos e diabéticos que não tenham doença cardiovascular ou hipertensão arterial não controlada.
Sem a sibutramina, os obesos não teriam muitas alternativas. Uma delas seria o orlistat, que reduz a absorção da gordura no intestino. “O custo é alto e sua eficácia, moderada e não serve para todos os obesos”, pontua Rosana. Outra opção seria o liraglutide, droga antidiabetes que tem mostrado resultados na perda de peso. “Mas, seu uso ainda não está liberado para obesos”, diz.
Os especialistas preveem um aumento no número de cirurgias bariátricas. Só em 2010, foram feitas 60 mil procedimentos para reduzir o estômago no país. “A cirurgia é vista como um milagre por muitos, mas alguns recuperaram todo o peso”, alerta Cintia. Segundo Rosana, a diferença da sibutramina aos demais é sua ação no organismo. “Ela inibe o apetite e aumenta a saciedade. Já os outros anorexígenos apenas inibem a fome”, destaca. Para ele, o remédio emagrece mais porque aumenta o gasto energético.
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